Kombeiros são absolvidos por 4 votos a 3
Sete anos de espera, vários personagens, boatos, três inquéritos devolvidos, cinco dias de um julgamento tenso. O caso policial mais polêmico de Pernambuco na última década teve um desfecho nas primeiras horas deste sábado (4). Sete jurados decidiram, por 4 votos a 3, pela absolvição dos irmãos Marcelo e Valfrido Lira, acusados de tentativa de estupro e homicídio duplamente qualificado das adolescentes Tarsila Gusmão e Maria Eduarda Dourado. As jovens desapareceram no dia 3 de maio de 2003, e os corpos foram encontrados dez dias depois pelo pai de Tarsila, José Vieira, em um canavial em Camela, distrito de Ipojuca. A acusação vai recorrer da decisão.
A defesa, conduzida pelo advogado Jorge Wellington, que assumiu o caso em abril deste ano, teve sucesso ao provar aos jurados que o depoimento da testemunha-chave, Regivânia Maria da Silva, era frágil. Além de apontar que as diversas perícias realizadas foram unânimes em afirmar que as evidências não levavam ao indiciamento dos kombeiros. Foram ouvidas dez testemunhas e cinco peritos. O promotor aposentado Miguel Sales, que devolveu o inquérito em três momentos e foi afastado do caso pelo Ministério Público em janeiro de 2008, também acabou virando réu no julgamento.
Dedico essa vitória a eles, os kombeiros e ao dileto professor Miguel Sales
A acusação do Ministério Público de Pernambuco se baseou no depoimento da testemunha-chave, Regivânia Maria da Silva, que atestou ter visto as jovens entrando em uma kombi com para-choque verde. Regivânia teria reconhecido Valfrido como o carona do veículo. Os indícios levantados pelos três inquéritos policiais - conduzidos pelo Grupo de Operações Especiais (GOE), Polícia Federal e, por último, Delegacia de Homicídios - , além da relação, segundo a acusação, "promíscua", entre o então promotor Miguel Sales e os acusados. No entanto, Ricardo Lapenda e Salomão Abdo não convenceram os jurados de Ipojuca da culpa dos Liras.
O júri popular dos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira começou na última segunda-feira (30 de agosto) e se estendeu até a madrugada deste sábado. A juíza Andréa Calado conduziu o julgamento.
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