Depois da divulgação dos cadernos de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no início dessa semana, um grupo de estudantes denunciou ao Ministério Público Federal no Ceará que uma escola particular da capital teria disponibilizado aos alunos um caderno com questões idênticas as que foram aplicadas no último final de semana.
Após ser procurado pelos estudantes, o procurador da República Oscar Costa Filho constatou irregularidade, ao comprovar a existência de 13 questões idênticas, literalmente copiadas de um simulado elaborado na cidade de Fortaleza e encontradas nas provas do Enem.
Oscar Costa Filho garante que as provas existentes já são suficientes para concluir que "houve vazamento" e que agora resta descobrir qual caminho percorrido pelas questões. O procurador disse que vai acionar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ( Inep) e pedir a anulação do Enem 2011.
"O Enem é como um concurso público e tem que ter condições iguais para todos. Se isso foi afetado, se alguém teve privilégios, então o concurso tem que ser anulado", diz o procurador.
As questões foram postadas em redes sociais e o colégio se pronunciou através delas dizendo que possui um vasto banco de dados com questões fornecidas por professores e ex-alunos. As questões que o conteúdo antecipou foram as seguintes: no 1º dia, prova amarela, nº 87,46,50,74,57,34,33,32 e 2º dia, prova amarela, 113,180, 141, 173 e 154.
Sem necessidade de recorrer à Justiça, o MPF considera a importância da investigação pela Polícia Federal para apurar os responsáveis, mas entende que já há provas constituídas para determinar uma atitude do MEC quanto à irregularidade, que não é mais pontual, atinge todos os inscritos no país. "É necessário que se imponha, de uma vez, a constitucionalidade no Enem, que significa o direito de recorrer em caso dos candidatos se sentirem prejudicados", explica o procurador.
Direto de Fortaleza
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